UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO
DO RIO GRANDE DO SUL
DELAC - DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DE LINGUAGEM,
ARTES E COMUNICAÇÃO
CURSO DE ARTES VISUAIS
Fabiana Cozer
Projeto de Estagio Ensino Fundamental e Médio
Projeto de Graduação II
Profª Drª Marlene Ramires François
Profª Lori Frants
Ijuí
2008
DO RIO GRANDE DO SUL
DELAC - DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DE LINGUAGEM,
ARTES E COMUNICAÇÃO
CURSO DE ARTES VISUAIS
Fabiana Cozer
Projeto de Estagio Ensino Fundamental e Médio
Projeto de Graduação II
Profª Drª Marlene Ramires François
Profª Lori Frants
Ijuí
2008
1. TÍTULO
Projeto de Estagio no Ensino Fundamental e Ensino Médio
2. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA
Escola: INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO VISCONDE DE TAUNAY.
Endereço: Rua Dr. Pereira Filho, 173
Localidade : IRAÍ - RS.
Telefone: (55) 3745-1254
Turma de aplicação do estágio: 1 ª série Ensino Médio e 5ª série do Ensino Fundamental.
Número de alunos da turma: 22 no EM e 35 no Ensino Fundamental
Acadêmica: Fabiana Cozer
3. REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO
O conceito de arte se modificou ao longo do tempo, por isso o educador tem um papel fundamental dentro da concepção contemporânea de arte-educação. Cabe a ele traduzir saberes em situações didáticas, que consigam despertar nos educandos à vontade de aprender, interpretar e aperfeiçoar-se. Para que estas situações didáticas tenham êxito é necessário planejar, introduzir, animar, coordenar, conduzir a um fechamento. Todas estas ações são guiadas por um conjunto de valores. Quando temos clareza sobre os valores por trás de nossas decisões, podemos direcionar nossos esforços de modo mais produtivo. Por ser a arte uma forma valiosa de expressão, ela torna-se um poderoso instrumento de educação. Através dela, o indivíduo expressa sua criatividade e seus sentimentos. Assim, abre a possibilidade desses serem analisados e trabalhados visando modificá-los. Essa é a tarefa do educador que se utiliza da arte como meio para a realização desse processo.
Por isso, para o contexto atual da educação em Arte, é necessário que o professor tenha uma preparação e preocupação prévia com o que está sendo discutido em sala de aula, pois este também é responsável pela formação de conceitos e representações sobre uma obra artística e sobre a arte em si. Necessitando também de leituras, diálogos e um olhar acolhedor, porém questionador e que possa instigar nos alunos a curiosidade e a compreensão do que é ou não é arte, quando ou como ela acontece.
O território da arte abarca desde as fronteiras históricas até os dias atuais, o contexto cultural, social, político e econômico, em que o erudito e o popular, a cultura de massa, a estética do cotidiano, as novas tecnologias, a arte contemporânea em si, fazem parte das discussões vigentes do Ensino da Arte na contemporaneidade e que não podem ser ignoradas pelo docente.
A inserção da Arte contemporânea no Ensino da Arte repercutiu em muitas contribuições e experiências diversificadas para o professor e para o aluno, além de desafiar e inquietar a própria forma de ver, pensar e trabalhar a própria arte. Essa temática deve ser cada vez mais abordada pela escola, contribuindo para a construção de um repertório mais amplo de imagens e conceitos dos alunos sobre arte, possibilitando ainda a formação de uma postura mais atenta e flexível às diversas manifestações culturais e artísticas do momento. Tendo em vista o que destaca FERREIRA (2001, p. 184),
Numa sociedade pluralista como a nossa, os artistas estão cada vez mais interessados em explorar a percepção e a ação imaginativa do espectador, propondo múltiplas possibilidades de leitura de seus atos e produções (...). Se continuar a ser negligenciada pela escola, a arte contemporânea permanecerá acessível a apenas a um número de pessoas, um grupo privilegiado que se sobrepõe à grande massa de espectadores, impossibilitado de compreender essa tendência artística.
Mudanças exigem um novo paradigma para a construção de novos conceitos que fundamentam a área de conhecimento em Arte. Entre elas inclui-se o de repensar o papel dos educadores de arte no ensino fundamental e médio. Os educadores precisam construir uma atitude pedagógica embasada nos fundamentos teóricos e práticos da educação e da arte.
Compreender que a competência do professor não perpassa só pela sua formação mas se estende em ramificações do conhecimento que o ensino contemporâneo exige. È necessário entendermos a especificidade da arte, os seus conteúdos, as suas linguagens, os materiais utilizados, as propostas, as pesquisas realizadas e as publicações dos artistas para que possamos ampliar o nosso modo de conhecer e apreender a Arte.
Para que o ensino e a aprendizagem possam de fato acontecer, não bastam informações organizadas e fechadas sobre conteúdos a serem desenvolvidos na educação escolar, pois o processo de ensino/aprendizagem só se efetivará se esses conteúdos, trazidos pelos professores, se entrelaçarem com os do aluno, tornando-se consistente e coerente para todos os sujeitos envolvidos nesse processo. RODRIGUES (2005, p. 136) aponta que:
O professor ao desenvolver suas ações pedagógicas, deve aprender a aprender, pois ao ensinar, também se aprende, coloca em debate seu conhecimento.O professor não é onipotente e, sim é mais um aprendiz no processo da educação.
A Proposta Triangular é uma contribuição muito importante para o ensino da arte, desenvolvida após vastas pesquisas e uma adaptação brasileira, pela educadora Ana Mae Barbosa. Voltada sempre para a qualificação do ensino da arte em todos os níveis e para o contato com a arte, a aplicação dos pressupostos dessa abordagem tem evidenciado que a construção de conhecimento se organiza na relação do fazer, da leitura da obra e da contextualização.
Conforme Barbosa, (2002, p.68),
A Proposta Triangular não indica um procedimento dominante ou hierárquico na combinação das várias ações e seus conteúdos. Ao contrario, aponta para o conceito de pertinência na escolha de determinada ação e conteúdos enfatizando, sempre, a coerência entre os objetivos e os métodos.
Trabalhando assim, o educador apresenta livre-arbítrio em relação à escolha dos temas e a ordem dos conteúdos, optando por um currículo flexível. Assim sendo, não é necessário seguir uma ordem cronológica no ensino de historia da arte. É possível aproveitar os recursos disponíveis e ao alcance de cada um, estabelecendo relações com o passado e o presente por meio da história da arte.
Segundo Barbosa, (2002, p.70):
A Proposta Triangular permite uma interação dinâmica e multidimensional, entre as partes e o todo e vice-versa, do contexto do ensino da Arte, ou seja, entre as disciplinas básicas da área, entre as outras disciplinas, no inter-relacionamento das três ações básicas: ler, fazer e contextualizar e no inter- relacionamento das outras três ações decorrentes: decodificar/codificar, experimentar, informar e refletir.
Os objetivos podem ser os mesmos, porém o que vai mudar e a visão de mundo e a tática para conseguir os mesmos. Pois, só fazer arte não basta, é necessário saber apreciar, saber ler e estabelecer relações.
Não podemos, contudo, pensar que não existem diferenças entre os diversos agentes envolvidos no processo pedagógico, pois o professor tem suas funções e os educandos as suas, mas ambos podem aprender ensinando e ensinar aprendendo.
O professor é mediador e também aprendiz. Precisamos atuar como educadores/mediadores, buscando uma mediação e uma intervenção que mobilizem pesquisas, assimilações, transformações, ampliações sensíveis e cognitivas, tanto individuais quanto coletivas. Segundo FERREIRA (2001, p.185):
Para que possa desempenhar com segurança o papel de mediador entre o universo cultural do aluno e o universo dos saberes históricos e culturais sistematizados, o educador do ensino fundamental e médio não necessita transformar-se em exímio “conhecedor” de arte. Precisa apenas tomar gosto pela pesquisa e investir na busca de informações e conceitos [...] sobre o tema, a obra ou o artista em estudo. E sempre que preciso, tenha como recorrer a outros campos do conhecimento, como os da história, da estética, da teologia, da filosofia, para que se possa servir de argumentos suficientes para esclarecer as dúvidas dos alunos e conduzi-los no processo de produção de sentidos para as obras.
Sendo assim gostar de arte e tomar gosto pela pesquisa, na busca de informações, é uma premissa básica quando se fala em ensino da Arte. O significado da arte na educação e na socialização da criança e do jovem está em desempenhar o importante papel de mediadora do diálogo entre o sujeito e sua realidade, facilitando a tradução da experiência de vida em conceitos significativos. É, também através desse processo que todo o ser humano desenvolve o pensamento, a percepção e a emoção.
O educador tem uma função muito importante nesse processo, pois as práticas pedagógicas devem permitir aos alunos não somente acessarem o conhecimento, mas também transformá-los e inová-los. O educador tem a função de mediador, no entanto implica também ter apropriado esse conhecimento. Portanto segundo FREIRE, apud RODRIGUES, (2005, p. 19) devemos pensar:
Num novo professor, mediador do conhecimento, sensível e crítico, aprendiz permanente e organizador do trabalho na escola, um orientador, um cooperador, curioso e, sobretudo um construtor de sentido. Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.
Podemos assim entender que não mais cabe uma educação na qual somente se pensa em uma onipotência do educador e da escola, mas é preciso estar colocando em questão as práticas pedagógicas desenvolvidas por estes agentes da educação. Sendo assim, tratar a Arte como área de conhecimento é uma condição indispensável para se ensinar arte, articulando campos conceituais como: criação/ produção; percepção/análise; o conhecimento da arte amplia a leitura e a compreensão da cultura, conhecimento construído pelo seu entrelaçamento.
Ferraz e Fusari comentam o compromisso de saber arte e saber ser professor de arte. De acordo com as pesquisadoras citadas, ser professor de arte é atuar por meio de uma pedagogia que aproxime os aprendizes da arte do acervo cultural e artístico da humanidade. Elas acreditam que o professor de arte é um dos responsáveis pelo sucesso desse processo transformador, porque ajuda os alunos a melhorar sua sensibilidade, saberes práticos e teóricos em arte.
Ser professor na contemporaneidade é ser um pesquisador e desbravador. Além do domínio da própria linguagem artística com a qual trabalha, precisa conhecer sobre a educação multicultural presente na escola, a diversidade da educação inclusiva, as diferenças sociais, pois a educação de hoje está ancorada nas diferenças e nas diversidades. Para FERREIRA (2001, p. 16):
É necessário entender que as culturas não são apenas produtos, mas também instituintes da esfera sociocultural; que as sensibilidades artísticas são historicamente construídas e próprias de cada grupo cultural; que as artes são expressões de identidades e culturas e sua compreensão requer conhecimento dos parâmetros que as regem e que transcedem o gosto pessoal (que também é histórica e socialmente construído).
Buscar um ensino voltado para as linguagens artísticas, em suas variadas interações, como naquelas oriundas da história que se constrói a cada dia, do meio ambiente, dos avanços tecnológicos, enfim, do cotidiano, pois tudo isso faz parte do mundo contemporâneo.
Partindo-se do pressuposto de que ao aprender o aluno aborda a realidade, ampliando sua leitura do real, analisando-a cognitiva e sensivelmente, como conseqüência pode ser gerada uma transformação, que integre o pensar e o fazer. O aluno, ao aguçar sua sensibilidade para explorar e elucidar os “mundos” do ver, do conhecer e do sentir, desenvolve-se pessoalmente, contribuindo de forma criadora para se situar nas relações culturais, sociais e cotidianas.
A Arte cumpre importante papel em nossa vida. Se até o século XIX a arte servia para ser apreciada; hoje ela é para ser lida e vivida. Os signos da arte contemporânea universais e fragmentários, podem nos levar à análise e à síntese, à descoberta de novas possibilidades de ação, a reconhecer o outro como ser sensível, à volta da emoção como emergência natural de expressão. Mais ainda, perceber as diferenças das manifestações artísticas, saber interpretar significados – a arte do “outro” reflete sua cultura, seu tempo.
4. TEMÁTICA
Arte na Escola
Abordar algumas manifestações artísticas bem como as ações contemporâneas e suas implicações na educação cultural dos alunos.
5. OBJETIVOS
Geral:
O referido projeto tem por objetivo discutir o ensino das artes visuais na escola, com enfase na arte contemporânea.
Específicos:
· Resgatar o histórico das principais manifestações artísticas;
· Proporcionar reflexões sobre as influências das vanguardas artísticas que possibilitem um melhor entendimento da arte contemporânea no contexto atual;
· Identificar alguns aspectos do legado artístico cultural pertencente ao espaço urbano;
· Reconhecer a representação do tempo e do espaço através de manifestações artísticas em suportes não convencionais;
· Refletir sobre as intervenções e interferências no ambiente urbano através da observação e leitura de imagens de artistas contemporâneos.
6. JUSTIFICATIVA
O presente projeto será realizado com o intuito de aprofundar estudos sobre arte, os reflexões sobre os períodos do pontilhismo e expressionismo bem como um estudo das cores com a 5ª série do ensino fundamental e arte comtemporânea na 1ª Série do ensino médio, proporcionando uma reflexão sobre as influencias das vanguardas artisticas e conhecer as principais manifestações artísticas contemporâneas bem como as ações do grupo ESQUELETO COLETIVO, GIA e PORO.
O ensino de arte tem várias funções, entre elas o fazer artístico, a história da arte e a apreciação ou fruição artística a arte-educação propõem todos estes aspectos, tendo em vista uma concepção mais consistente e ampla do educando. Segundo, (BARBOSA, 2003, p.18) deixa evidente o potencial da arte como área de conhecimento ao descrever:
Por meio da Arte é possível desenvolver a percepção e a imaginação, apreender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade crítica, permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida e desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade que foi analisada.
Os artistas contemporâneos, como em toda a história, mostram através de sua arte o pensamento de determinada época, a sociedade em que estão vivendo, as questões políticas, religiosas, econômicas e sociais que os envolvem.
A arte contemporânea que permeia nossa realidade, se mescla cada vez mais na dinâmica da vida cotidiana, a tal ponto de se apropriar de referências banais e próximas de nosso contexto, causando estranhamento para um público que se depara com o objeto artístico dentro ou fora dos museus. Segundo FREITAS (2003, p.31) “O novo na arte, aponta para aquilo que não foi ainda ocupado pela cultura, o não-digerido, não-domesticado pela concepção cotidiana”.
A escolha dos temas deu-se ao fato de querermos ampliar o repertório dos alunos sobre arte bem como a arte contemporânea, possibilitando ainda a formação de uma postura mais atenta e flexível às diversas manifestações culturais e artísticas do momento. No instante em que a compreensão e significação da produção artística acontecerem, os alunos poderão rever seus conceitos iniciais, entender, reconhecer e respeitar a Arte Contemporânea como arte.
Sendo assim, arte constitui-se numa linguagem visual que comunica, questiona valores e nos inquieta, além de estar acontecendo perante nossos olhos e não podemos negar suas manifestações. Muito embora os alunos da escola afirmem não entenderem o que a arte atual propõe, é papel nosso, como educadores trabalhar esses conhecimentos fomentando um pensamento crítico e reflexivo.
METODOLOGIA
Uma proposta metodológica que vai ser utilizada neste projeto será a metodologia triangular proposta pela arte-educadora Ana Mãe Barbosa, fundamentada em propostas de ensino que incluem as disciplinas de história da arte, crítica, estética e produção artística, que sustentam os 3 eixos da metodologia triangular: fazer artístico (produção de atividades artísticas), Apreciar, leitura da obra de arte (crítica e estética, leitura de produções artísticas), contextualização (Desenvolvimento de idéias sobre produções artísticas). Segundo Barbosa, (2003,p.70):
A Proposta Triangular permite uma interação dinâmica e multidimensional, entre as partes e o todo e vice-versa, do contexto do ensino da Arte, ou seja entre as disciplinas básicas da área, entre as outras disciplinas, no interrelacionamento das três ações básicas: ler, fazer e contextualizar e no inter-relacionamento das outras três ações decorrentes: decodificar/codificar, experimentar, informar e refletir.
O fazer artístico deve basear-se no desenvolvimento da criatividade do educando, dando plena vazão à sua expressividade na mais diversas linguagens. Deve enfatizar o exercício da percepção, da fantasia e da imaginação criadora.
O apreciar é desenvolvido através de exercícios de observação da própria produção, da leitura de obras, na troca de experiências, nas discussões sobre arte, dos meios de comunicação e do mundo social em que a pessoa está inserida. A apreciação estética deve desenvolver o senso crítico do aluno.
O contextualizar a história da arte deve ser um processo contínuo que focaliza, em dado momento histórico o registro do sentimento estético e da visão do artista diante dos acontecimentos que o envolvem ou envolveram. Conhecendo a história da arte, o aluno poderá estabelecer relações mais profundas com a produção, possibilitando intervir e reinventar a sua obra. O aluno deverá relacionar-se com a arte de diversas épocas e estilos, conhecendo os diferentes elementos que entraram na sua composição, construindo um conhecimento teórico-prático sobre o assunto.
Os alunos em artes visuais, devem aprender conteúdos relacionados ao fazer, ao apreciar e ao refletir sobre a arte e sua história baseados na Concepção Triangular de ensino de arte.
Essa triangulação, de natureza transdisciplinar, é coerente com uma visão dos domínios dos saberes: Saber “saberes” (fatos, conceitos e princípios), Saber “fazeres” (procedimentos), Saber “ser” e saber “ser no convívio com os outros” (valores, atitudes, sensibilidade).
Nesta perspectiva podem ser usadas as seguintes metodologias de ensino de arte:
Multipropósito, Multiculturalista, Proposta do Arte Br, Projetos de trabalho;
Portanto, a organização dos conteúdos trabalhados em sala de aula deve, ainda, ter sentido para o aluno. Deve também respeitar os conteúdos universais, provocando o aluno a construir uma identidade cultural conectada com as outras culturas e permitindo-lhe fazer conexões entre o particular e o universal.
O conhecimento em arte pode ser articulado com outros conhecimentos (interdisciplinaridade) por meio de trabalho conjunto dos educadores da escola.
O ensino de arte propicia o trabalho com temas transversais, transmitindo e reforçando conceitos como respeito, participação social, inclusão, etc. Muitas obras de arte carregam mensagens com conteúdos dos temas transversais; é o caso de obras de cunho político ou representativas de determinadas culturas. Além disso, o artista pode, com sua obra, ser um questionador da sociedade em que vive.
AVALIAÇÃO
A avaliação terá como objetivo promover o desenvolvimento cultural do aluno através da reflexão e construção de um cidadão, considerando apresentações diversas, exercícios, trabalhos, atividades em sala de aula, interesse e participação. E será realizada durante a própria situação de aprendizagem quando o aluno interage com os conteúdos e transforma em conhecimentos.
Para avaliar o processo de ensino e aprendizagem em arte, é muito importante considerar, no trabalho dos alunos, os seguintes aspectos: organização dos conteúdos, a reelaboração do conhecimento adquirido, os elementos de expressão, a estética, a ampliação dos sentidos e da percepção na resolução de uma proposta de leitura, a representação artística e a capacidade criadora.
Contudo, a utilização do portfólio como recurso de avaliação baseia-se na idéia da natureza evolutiva do processo de aprendizagem.
Conforme HERNANDES (2000 p. 165):
(...) o portfólio oferece aos alunos e aos professores uma oportunidade para refletir sobre o processo dos estudantes em sua compreensão da realidade, ao mesmo tempo que possibilita introduzir mudanças durante o desenvolvimento do programa de ensino. Além disso, permite aos professores considerarem o trabalho dos alunos não de uma forma pontual e isolada, como acontece com as provas avaliadoras tradicionais, mas sim no contexto do ensino e como uma atividade complexa baseada em elementos e momentos de aprendizagem que se encontram relacionados.(...)
Sendo assim, a realização do portfolio permite que os alunos sintam a aprendizagem como algo propri, pois cada um decide que trabalho e momentos são representativos de sua tragetória.
A avaliação deve ser entendida como uma atividade dinâmica e sistemática, que permeia e subsidia a prática pedagógica, através de instrumentos práticos, que possam dar um redimensionamento e redirecionamento para novos procedimentos no ensino de Artes Visuais, com o objetivo de o aluno desenvolver integralmente os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais.
A avaliação é um instrumento importante no processo de ensino-aprendizagem, não é uma etapa do processo: é algo contínuo que deve acompanhar todo o processo e não só a produção final.
A avaliação por portfólio, pode se definida como um reflexo no processo de ensino aprendizagem que contem diferentes tipos de documento ( anotações pessoais, experiencias de aula, conexões com outros temas fora da escola, representações visuais enter outros) que proporciona evidencias do conhecimento que foram sendo excluídas, as estratégias utilizadas para aprender e a disposição de quem o elabora para continuar aprendendo.
Na avaliação de arte é preciso ser coerente, não emitindo valores de feio, bonito ou comparar os trabalhos dos alunos valorizando em demasia uns e desvalorizando outros. É preciso avaliar os objetivos do trabalho se foram alcançados ou não, se o aluno demonstra estar construindo conhecimento.
Neste sentido, o método de avaliação que vamo utilizar será através de portfólio, que consiste em realizar o registro diário das atividades dos alunos em uma espécie de “dossier” onde vamos arquivar todo o material produzido pelo aluno durante o estagio.
Segundo HERNANDES (2000 p. 166):
Nesse sentido, um Portfólio é algo mais que uma recompilação de trabalhos ou materiais colocados numa pasta, ou os apontamentos e notas tomadas em sala de aula passadas a limpo, ou uma coleção de lembretes de aula colocados num álbum. Um Portfólio não significa apenas selecionar, ordenar evidencias de aprendizagem e colocá-las num formato para serem apresentadas.
Portanto, na avaliação por Portfólio é possível identificar questões relacionadas ao modo como os estudantes e os educadores refletem sobre quais os reais objetos de sua aprendizagem, quais foram cumpridos e quais não foram alcançados, onde, quando e por que houve em enfoque inadequado, tanto em relação ao esforço quanto às estratégias de aprendizagem de cada estudante, e aponta a direção para a qual será mais promissor a projeção de um enfoque futuro. Vale lembrar que definitivamente caracteriza o Portfólio como modalidade de avaliação não é tanto seu formato físico ( pasta, caixa, CD-ROM...) mas sim a concepção de ensino e de aprendizagem que veicula.
BIBLIOGRAFIA
ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte como História da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
BARBOSA, A M. A Imagem no Ensino da Arte. São Paulo: Perspectiva, 1994.
BARBOSA, Ana Mae. Inquietações e Mudanças no Ensino da Arte. São Paulo, 2003.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996: Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
FERRAZ, M.H.C. de T. & FUSARI, M.F. de R. e. Metodologia do ensino da arte. São Paulo: Cortez, 1993.
FREITAS, Verlaine. Adorno e a Arte Contemporânea. Rio de Janeiro: Jorge Zahan Ed. 2003
FUSARI, M.F. de R. & FERRAZ, M.H.C. de T. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1993.
Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte – Ensino Fundamental /Arte. Brasília, MEC, 1998.
Sites:
http://www.giabahia.blogspot.com/